1.9.14

Setembro



«Apesar da nostalgia do fim do período estival, há sempre a magia do reencontro. Rostos de cobre. Restos de sol e de sal. Nos cabelos e nos sorrisos que ainda nos permitimos trocar quando o cansaço das horas repetidas sem nexo ainda não tomou definitivamente conta de nós.
Só Julho e Agosto nos permitem progredir no trânsito sem ter de vigiar inconscientes cada minuto, que o nosso relógio contabiliza em défice cobrando em excesso ao nosso ritmo cardíaco.
O quase Setembro reporá o conta-gotas do tempo. A ampulheta dos dias mal consumidos, espartilhados pelos horários inconscientes que criámos para nós. 
Em breve, as horas anoitecerão mais cedo e as ruas estarão inebriadas de castanha assada»
in Quando os Pardais Perdem o Medo

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