«Apesar da nostalgia do fim do período estival, há sempre
a magia do reencontro. Rostos de cobre. Restos de sol e de sal. Nos cabelos e
nos sorrisos que ainda nos permitimos trocar quando o cansaço das horas
repetidas sem nexo ainda não tomou definitivamente conta de nós.
Só Julho e Agosto nos permitem progredir no trânsito sem
ter de vigiar inconscientes cada minuto, que o nosso relógio contabiliza em
défice cobrando em excesso ao nosso ritmo cardíaco.
O quase Setembro reporá o conta-gotas do tempo. A ampulheta
dos dias mal consumidos, espartilhados pelos horários inconscientes que criámos
para nós.
Em breve, as horas anoitecerão mais cedo e as ruas
estarão inebriadas de castanha assada»
in Quando os Pardais Perdem o Medo
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